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2 de julho de 2010
Pontões da UFSC e Ganesha promovem Oficina de Conceitos e Práticas de Cultura Digital
A proposta de se pensar um encontro para aprofundar esse tema foi fundamentada na certeza de que ao se conhecer meios e ferramentas digitais disponíveis, suas características e possíveis formas de integração, será possível a criação efetiva de uma estrutura de rede de comunicação entre os pontos no estado. Como conseqüência direta, será percebida a ampliação das ações de divulgação e compartilhamento de idéias, resultados e experiências.
Perceber, reconhecer e, sobretudo, saber utilizar a internet como uma ferramenta importante e estratégica no processo de divulgação de ações e comunicação entre os pontos de cultura de Santa Catarina. Esse foi o foco da Oficina de Conceitos e Práticas de Cultura Digital, atividade desenvolvida pelos Pontões da UFSC e Ganesha, em Lages, dias 26 e 27 de junho, e que reuniu aproximadamente 45 representantes de pontos de cultura e demais ações do Programa Cultura Viva em Santa Catarina. No sábado (26/06), o encontro aconteceu no auditório da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Lages, e no domingo as atividades se desenvolveram na sede da Uniplac.
E é urgente que esse processo se inicie logo. André Ruas, Gerente do Projeto Pontão da UFSC, lembrou que uma reflexão crítica sobre o tema é essencial. “A tecnologia deve ser entendida como uma ferramenta e precisamos usá-la a nosso favor. As coisas acontecem de uma forma tão dinâmica que às vezes temos dificuldade em entender e até mesmo refletir sobre isso, mas não podemos esquecer que existem pessoas que não param de pensar a respeito do assunto, e nós não podemos ficar parados”, explicou André na abertura do encontro.
Embora a programação tenha sofrido algumas modificações em relação à ordem das apresentações, a dinâmica do encontro seguiu à risca o proposto na denominação do evento: Oficina de Conceitos e Práticas de Cultura Digital. Conceitos que tinham como objetivo estimular a reflexão sobre a internet, seus mecanismos e possibilidades, e práticas que possibilitassem aos participantes um mergulho inicial nas ferramentas digitais. E foi, realmente, um início, porque a continuidade do processo, depende, a partir de agora, da disposição de cada participante.
A primeira parte do encontro, na manhã de sábado, foi dedicada a um bate-papo sobre Cultura Digital, e a partir da apresentação do Tuxáua Thiago Skárnio – que falou sobre a origem da internet, o surgimento e a evolução das redes de comunicação – foi possível perceber o início de um interessante processo. Entre definições e conceituações variadas – e, para muitos, totalmente novas – a internet foi, aos poucos, transformando-se em algo mais próximo, e sendo entendida e aceita como a ferramenta importante e poderosa que é, mas que depende, sobretudo, das pessoas que a utilizam.
Depois da apresentação a respeito de Redes Sociais, Skárnio deu início a uma atividade prática e criou uma conta no Twitter para os “Pontos SC”. Paralelamente, estimulou e guiou os participantes na criação de contas pessoais. Aos poucos, uns foram seguindo os outros, e todos seguindo o @pontossc. A partir da postagem te "tweets" acompanhados de rastag específica (#pontosSC), processo acompanhado pelos participantes, foi nascendo a rede dos Pontos SC no Twitter, e informações começaram a ser trocadas e compartilhadas. Essa foi uma pequena mostra das inúmeras possibilidades viabilizadas através do uso de uma única ferramenta.
“As ações que se desenvolvem em Santa Catarina são mais conhecidas fora do Estado do que aqui mesmo. Está na hora de se fazer uma mudança e, mais do que isso, ir além. Essa foi uma demonstração básica, um primeiro passo, mas se cada ponto se comprometer a postar um “tweet” por dia, tudo o que está sendo feito pelos pontos de cultura, por exemplo, vai parar na internet. Assim, estaremos divulgando nossas ações em toda a rede”, explicou Skárnio.
Na parte da tarde, Wagner Dantas, do Pontão da UFSC, falou sobre Software Livre. Apesar de ser uma expressão recorrente entre os presentes e apontado como uma das grandes expectativas na abertura do encontro, as discussões e questionamentos levantados demonstram que o tema ainda carece de muito esclarecimento.
Uma grande confusão surge, exatamente a partir da expressão “livre”, que para muitos pressupõe a gratuidade. “Embora na maioria das vezes isso aconteça, o software livre não é, necessariamente gratuito. Uma grande diferença, e provavelmente sua maior vantagem, é que se trata de um software com o código aberto, o que possibilita, por exemplo, que programadores realizem algumas customizações, adaptando o programa às necessidades do usuário”, colocou Wagner.
Ele explicou que o tema software livre causa bastante controvérsia, e que o grande desafio ao se discutir a respeito do assunto é sensibilizar os usuários a respeito dos aspectos ideológicos que permeiam o uso dessas ferramentas, e das formas de usufruir das mesmas com independência. Essas questões, na realidade, fazem parte do dia-a-dia das instituições com atuação pública, especialmente àquelas ligadas à cultura, educação e cidadania.
O primeiro dia do encontro foi encerrado com nova apresentação de Thiago, que então falou sobre bancos de mídias livres e direito autoral, abrindo espaço para uma necessária reflexão em relação ao respeito à autoria de quaisquer obras divulgadas e/ou disponibilizadas na rede, e as formas de se preservar isso.
No domingo (27/06), a proposta era a de se aprofundar, de forma efetivamente prática, os temas abordados no sábado. Por isso, o período foi tomado, fundamentalmente, com atividades práticas e complementares, relacionadas à Publicação na Web. Se durante a manhã vários blogs pessoais e de pontos nasceram a partir da plataforma Wordpress, detalhadamente apresentada pelo representante do Pontão da UFSC – Wagner -, na parte da tarde, Thiago Skárnio demonstrou como agregar as informações postadas na rede, usando como exemplo as contas de Twitter e os Blogs recém-nascidos. Na prática, o que aconteceu foi a integração dos feeds dos twitter e blogs no friendfeed. Um processo simples, mas novamente uma atividade repleta de novos conceitos e processos. O desafio encarado pelos palestrantes, então, foi o de apresentar essas informações de uma forma simples e acessível, e deixar os participantes conscientes de que a prática constante é que vai facilitar o processo.
No final do encontro foi apresentada a página dos Pontos Catarina, projeto ainda em desenvolvimento, fruto de uma parceria entre os Pontões Ganesha e da UFSC. Nesse espaço, estarão reunidas informações sobre todos os Pontos de Cultura em atividade no estado. De acordo com Thiago, essa plataforma de informações será de grande valia para a cultura de Santa Catarina. “Precisamos dar destaque às nossas atividades, em apenas um espaço na internet, de forma integrada. Isso dará muito mais visibilidade às nossas realizações, e é um progresso que ainda não foi alcançado por nenhum estado brasileiro. É um desafio, mas isso nos tornará referência”, explicou.
“Ainda falta acessarmos alguns pontos, falta chegarmos a entidades que não foram contempladas pelos editais e convênios, mas que sempre fizeram e continuam fazendo cultura por aí. Esse papel é de vocês, é de cada um de nós. A cultura digital é um meio para alcançarmos esse objetivo”, complementou André Ruas.
Todo o material apresentado nos dois dias de encontro foi disponibilizado aos presentes em um CD, e também está disponível para download no site do Ganesha.
Impressões
Ao final do encontro, uma avaliação informal deixou clara a satisfação dos participantes em relação à iniciativa. A dinâmica do encontro e a verificação dos resultados práticos, com a criação dos twitters e dos blogs, por exemplo – foram apontados como pontos positivos. Outra questão que mereceu destaque na avaliação, foi a iniciativa dos Pontões em proporcionar espaço e oportunidade para a discussão sobre temas diretamente relacionados às demandas verificadas junto aos Pontos de Cultura, Ações Griô e demais iniciativas culturais em atuação no estado.
A duração das oficinas foi, segundo pros participantes, o único ponto questionável, pois a maioria dos presentes gostaria que as discussões e experiências práticas pudessem se prolongar.
A sugestão final da avaliação foi a criação de um tutorial (já em produção) que apresente o passo a passo das atividades desenvolvidas durante as oficinas.
Confira abaixo, algumas “tuitadas” postadas pelos participantes do encontro.
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