A crônica de Clotilde Zingali publicada no jornal AN de hoje fala dos Pontos de Cultura no estado e cita Multiplicando Talentos de Criciúma. Acompanhe a matéria completa no link.
Clique aqui
PONTOS DE CULTURA EM SANTA CATARINA
Olá, leitor. Depois do contato emocionado que tive com diversos Pontos de Cultura espalhados pelo País e vi de perto a teia por onde um grande cordão de cultura viva se estende, volto aqui para falar um pouco mais do programa Cultura Viva do Governo Federal. Fiz uma pesquisa para saber um pouco como isso acontece em Santa Catarina.
Atualmente, são em torno de 60 Pontos divididos entre Xanxerê, Vargeão, Passos Maia, Jaguaruna, Fraiburgo, Seara, Campo Erê, Formosa do Sul, Palmitos, Laguna, Joinville, Maravilha, Araquari, Sombrio, Rio do Sul, Penha, Barra Velha, Pinhalzinho, Joaçaba, Canoinhas, Tubarão, Lages, São Francisco do Sul e Florianópolis.
Há disponível na internet uma relação dos pontos conveniados: “Multiplicando Talentos”, em Criciúma; “Música no Planalto”, em Curitibanos; “Fotografia para Todos”, em Blumenau; “Dança Folclórica Alemã”, em São Bonifácio; “Formas Animadas”, em Itajaí; “Guerreiros do Amanhã”, em Braços do Trombudo; “Cultura Solidária”, em Fraiburgo; “Consciência Negra”, do Vale do Itapocu e muitos outros. Isso estabelecido e já em andamento. E cada um de nós sabe que há muita demanda nesse País tão rico.
Parodiando a fala do secretário da Cultura, eu diria: vamos desesconder o Sul? Tem muita coisa boa por aqui que necessita ampliar-se e cruzar fronteiras. O Brasil não é só São Paulo e Rio de Janeiro. A capital de Santa Catarina não é Curitiba. Há isso e muito mais e certamente muita coisa acontecendo que ainda não foi listada. Isso dá uma dimensão da demanda existente no Estado e no Plaís.
O ministro Juca Ferreira esteve em Florianópolis e, na ocasião, conversou com artistas e produtores no sentido de discutir políticas públicas para o setor e também as demandas existentes. Um círculo de fortalecimento cultural no Brasil. Temos talentos no País – como os do mundo animação, citados pelo Ministro. Talentos que inclusive, exportamos para outras partes do mundo. Alegria de viver, inteligência corporal, capacidade de lidar com a diversidade – características que interessam ao mundo todo.
A alegria e a força do nosso fazer potencializa nossas ações e temos de tirar proveito disso em vez de copiar cartilhas e manuais americanos e europeus. Eles mesmos querem aprender conosco. Descobrir de onde extraímos “nosso jeito”.
Mas é preciso pensar nesse sistema como algo mais complexo. A institucionalização da cultura com infraestrutura dada pelo Estado para garantir a continuidade das atividades que se vêm implementando. Sempre lembrando que a coisa deve ocorrer sem paternalismo. A base deve estar no talento e o apoio é alavanca para tirar da inércia. Há que se trabalhar com parcerias entre os municípios, os Estados, a federação e a sociedade civil para expandir e garantir a continuidade desse objetivo. Não é só votar.
Como disse Juca Ferreira, há mecanismos de participação da sociedade que devem ser acionados. Ele coloca que, nessa questão da cultura, há três dimensões: uma de cultura enquanto fato simbólico, criando condições para ganho de significado pleno, legitimada; a segunda se refere ao direito de cidadania e acesso à cultura e a terceira é a cultura como economia, a que mais cresce no mundo, não polui, é democrática e não tem no Brasil reconhecimento necessário. E é uma economia que se desenvolveu espontaneamente. Tem potencial. Tem demanda. Tem mercado. Um incentivo à economia da cultura está lançado.
Tem muita gente já trabalhando nisso aqui em Santa Catarina. Vamos nos juntar a eles atrás de “desesconder” o potencial catarinense? Vamos acreditar e ter otimismo. E trabalhar. Além de todo o bem inerente, ainda melhoramos nosso sistema imunológico. E tiramos os véus.
Por isso, o Secretário de Cultura Célio Turino, autor do projeto, fala em potência e afetividade como base do movimento. Porque é um movimento que nasce do povo e é potencializado pelo Município, pelo Estado, pelo País. E aí ninguém segura mais a gente. Somos um. A roda de prosa “Pontos de Cultura e Gestão compartilhada: um outro mundo possível na gestão cultural” teve espaço em Porto Alegre no Fórum Social Mundial.
O Pontão Digital Ganesha, de Santa Catarina, instrumento de promoção de intercâmbio e difusão de cultura brasileira, também participa da ação e tem feito sua parte para a continuidade do projeto e a transformação das ações em política pública permanente.
Também a UFSC é um Pontão. Isso é troca. É envolvimento. É o Sul se ampliando. São atuações para um mundo possível. Na costura das diversas redes espalhadas a cultura terá então o poder de transformar e fazer isso de forma sustentada.
A partir de agora, o Ministério da Cultura deve lançar novos editais. Vamos ficar de olho nisso e nesse movimento? Só temos a ganhar. Nós e o Brasil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário